Eu morava lá na roça, em uma humilde palhoça Que por mim foi construída Tinha uma vida bacana com minha mulher joana E minha filha querida E também tinha fartura de legume e de verdura Frango e muito mantimento Depois que vim pra cidade, só tive contrariedade E só aborrecimento Prá dar conta do recado, dou um duro no pesado De servente de pedreiro Já tive tanta fartura, hoje vivo na pindura Nunca me sobra dinheiro Toda noite vou até o boteco do mané Pra tomar uma pinguinha Ali num canto encostado, fico lembrando o passado E a vida boa que eu tinha Minha dorotéia estrambelhou sua idéia Procurando ter conforto Arrumou um namorado com pinta de abonado Sem ter onde cair morto O que passa comigo parece ser um castigo Também parece mentira, mais é grande verdade Acho que as grandes cidades não gosta de caipira Troquei a vida pacata, o ar puro lá da mata E toda tranqüilidade Por esta selva de prédio que só me enche de tédio E tanta contrariedade Saudade é cobra malvada que vive enrodilhada, Picando meu coração Mas se deus me ajudar ainda hei de voltar Pro meu sertão querido