Parei pra pensar o tempo de infância E me vi criança lá no meu sertão Que um dia deixei e vim pra cidade Seguindo o progresso da evolução Que destróI e beleza e a natureza E ainda mata o caboclo com a solidão, ai O tal de progresso que é um mal necessário Com o seu avanço em tudo o que eu fiz Antigas pinguelas as pontes cobriram Não tem mais monjolo batendo pra mim Os grandes roçados e os cafezais Não tem mais sinais, também teve fim, ai Asfalto cobriram as velhas estradas No céu formou nuvem de poluição As grandes fazendas construiu industrias Que triste angustia pro nosso sertão Os burros cargueiros foram abandonados Também foi trocado por caminhão, ai Malvado progresso você me maltrata Destruiu as matas onde eu vivi O inhambu guaçú e a onça pintada E lá na baixada a paca e a cotia Nas altas perobas as pombas do ar Nas grandes ramagens jacu se escondia, ai O carro de boi num canto esquecido Seus cocões ruídos, rodas cai não cai Seguindo o progresso da evolução Dois bois o rugido eu não ouço mais Não escuto a voz do velho carreiro O grande companheiro meu querido pai, ai