Na fazenda aonde eu nasci Na fazenda eu fui criado O meu pai era o proprietário E por ele eu fui ensinado Com apenas dez anos de idade Trabalhava na lida do gado Convivia com a natureza Meu pedaço de chão abençoado Na fazenda era uma fartura Lá de tudo o meu pai plantava No quintal tinha um grande pomar E no fundo o riacho passava O engenho pra fazer garapa O monjolo e uma bica d’água E do lado uma grande hortaliça E um curral pra apartar a boiada Por motivo de força maior O meu pai vendeu a propriedade Trinta anos distante eu passei Hoje volto e encontro uma cidade O riacho é descarga de esgoto E o curral é uma faculdade O monjolo e o engenho é um presídio Acabou-se a fazenda Piedade