João Gustavo

Milonga das Ruas

João Gustavo


Como eu poderei olhar nos seus olhos negros novamente?
Andando por esta terra sem olhos, sem passado
Onde os prédios parecem brotar germinados pelo frio.
Eu apenas a pensar enquanto nos seus olhos negros

E ao meu redor luzes que giram como estrelas
Nessa noite vazia.
E ao meu redor luzes que giram.
E eu não sinto nada, eu
Não sou nada, eu .

Nas ruas todos armados esperando que seja o próximo a atirar.
E eu não sei como esperar pela aparição dos seus olhos negros.
E eu não consigo compreender como eles podem existir nesses tempos.
Minha paixão, tão antiga, de seculos atrás. E a sua luz não é vazia
Sua luz não é vazia, é um espírito antigo que se manifesta
No meio da escuridão e do frio.