Vivo o que escrevo sensitivo de mim E tiro do instrumento o bom da coisa ruim E creio que vale a pena lavar a erva do mate Gosto de usar as paisagens Mapear as imagens num fundo de campo Gosto da tropa de cria chamando a poesia pra perto do rancho Gosto da prosa sem lado pescando dourado no rio Uruguai E das coisas que faço tocando no braço do meu violão Como se o sorriso me enxugasse os olhos Como se o destino me apontasse o mundo Amontoei os troços apalpando a gaita E descobri o pago em cena Encilhei o cavalo e me toquei pro campo Se não fosse o gado eu não seria tanto Pra manter as tralhas do meu coração Como se a manada me peleasse a rima Como o se galpão me sujeitasse o canto Amontei no tempo sem olhar o pelo Do amanhã que eu mais queria Amaguei a mágoa chamuscando uns ciscos E sovei o pala amigando o vício De atorar a alma a tanta inspiração Coisas desses fronteiros que, iguais a nós Tem o sul por vida, e passam uma eternidade Matando a saudade numa coxilha Coisas desses campeiros de fala mansa Não tem de quê! Coisas desses paysanos que aquerenciamos num chamamé!