João de Almeida Neto

O pingo e a pinga

João de Almeida Neto


Quando a chuva pinga no meu pago
E pela estrada eu saio no meu pingo
Me apeio a procura de algum gringo
Dono de bolicho quero um trago

Bebo pinga pura mas não pago
E meto uma peleia com o gringo
Sai cara a pinga porque nem um pingo
De dinheiro na guaiaca eu trago

E quando ele me grita paga a pinga
Eu pego pelas goela o pobre gringo
E despacito, despacito apago

(Depois na garupa eu levo a gringa
Que vai pingando pranto no meu pingo
E eu fedendo a pinga pelo pago)