Ói, ói o trem, vem surgindo de trás das montanhas azuis, olha o trem Ói, ói o trem, vem trazendo de longe as cinzas do velho éon Ói, já é vem, fumegando, apitando, chamando os que sabem do trem Ói, é o trem, não precisa passagem nem mesmo bagagem no trem Quem vai chorar, quem vai sorrir ? Quem vai ficar, quem vai partir ? Pois o trem está chegando, tá chegando na estação É o trem das sete horas, é o último do sertão, do sertão Ói, olhe o céu, já não é o mesmo céu que você conheceu, não é mais Vê, ói que céu, é um céu carregado e rajado, suspenso no ar Vê, é o sinal, é o sinal das trombetas, dos anjos e dos guardiões Ói, lá vem Deus, deslizando no céu entre brumas de mil megatons Ói, olhe o mal, vem de braços e abraços com o bem num romance astral Amém Pedro muitas vezes você fala Sempre a se queixar da solidão! Quem te fez com ferro, fez com fogo, Pedro É pena que você não sabe não! Vai pro seu trabalho todo dia Sem saber se é bom ou se é ruim Quando quer chorar vai ao banheiro, Pedro Pedro as coisas não são bem assim! Pedro, onde você vai eu também vou Mas tudo acaba onde começou! Toda vez que eu sinto o paraíso Ou me queimo torto no inferno Eu penso em você meu pobre amigo Que só usa sempre o mesmo terno! Não tenho nada mais a te dizer Mas não me critique como eu sou Há tantos caminhos, tantas portas, Pedro Pedro, onde cê vai eu também vou! Pedro, onde você vai eu também vou Mas tudo acaba onde começou! É que tudo acaba onde começou!