Aos três anos ele viu seu pai Bater tão forte em sua mãe Que seus dentes por pouco não caem Mas, de manhã observou ela morder os pães Por ser pequeno, não entendia o que aconteceu Sua mãe só lhe dizia pra seus olhos fechar Quando seu pai batia a porta sem se importar Com os barulhos e os tapas "olha o menino meu Deus" Quando cresceu, aos 19, ele já entendia O sofrimento que na vida sua mãe passou Para cuidar e esconder o que acontecia Do seu menino, hoje um homem, que ela tanto amou Hoje, ele vive a vida solto sem se importar Com os limites que a vida tente lhe impor Deixou os estudos, não trabalha, mas tá sempre com Tênis de marca, um carro preto, sempre um novo amor A violência que seu pai na infância apresentou Hoje é ganha pão que o menina faz sem dor, mas Todos os anos, ele sem falta com um ramo de flor Pra entregar a sua mãe no túmulo que a deixou