Da casa da Mariquinhas ao café Ao Café das Camareiras, provocante De viela em viela, mestre Alfredo Vai em busca da Menina do Mirante Encostado ao balcão de uma taberna Numa pausa do caminho ele encontrou O pintor, velho pintor que um dia terna Ternamente, o seu fado desenhou Sem arvorar um ar gingão ou fadistão Mas como um real fadista que se assume Para o velho pintor cantou então Até quase de manhã, sem um queixume Foi num cabaré de feira, ruidoso Na viela um novo dia despontava E ao escutá-lo o velho pintor pintava Uma tela apenas digna do Malhoa Amor é água que corre, tudo passa E a Menina do Mirante enfim passou Pois por vezes a taberna tem mais graça Tem mais vida, mesmo quando tem mais dor À mercê do vento brando bailam rosas Em quimérico vergel, descolorido É mais um dia que morre, mas que importa? Batem as oito na Sé, de um fado antigo