Na rua do silêncio é tudo mais ausente Até foge o luar, e até a vida é pranto Não há juras de amor, não há quem nos lamente E o Sol quando lá vai é p’ra deitar quebranto Na rua do silêncio o fado é mais sombrio E as sombras duma flor não cabem lá também A rua tem destino, e o seu destino frio Não tem sentido algum, não passa lá ninguém Na rua do silêncio as portas estão fechadas E até o sonho cai, sem fé e sem ternura Na rua do silêncio há lágrimas cansadas Na rua do silêncio é sempre noite escura