João Braga

O Mar

João Braga


MAR!
Tinhas um nome que ninguém temia
Era um campo macio de lavrar
Ou qualquer sugestão que apetecia...

MAR!
Tinhas um choro de quem sofre tanto
Que não pode calar-se nem gritar
Nem aumentar nem sufocar o pranto...

MAR!
Fomos então a ti cheios de amor!
E o fingido lameiro a soluçar, 
Afogava o arado e o lavrador!

MAR!
Fomos então a ti cheios de amor!
E o fingido lameiro a soluçar, 
Afogava o arado e o lavrador!

MAR!
Enganosa sereia rouca e triste!
Foste tu quem nos veio namorar,
E foste tu depois que nos traíste!

MAR!
E quanto terá fim o sofrimento!
E quando deixará de nos tentar
O teu encantamento!

MAR!
E quanto terá fim o sofrimento!
E quando deixará de nos tentar
O teu encantamento!