João Bosco

Prisma Noir

João Bosco


Ah, prisma noir
Íris de fúnebre olhar
Vagões a vazar
Dourados no breu
Delírio meu
Farpas lascar

Ah, ver crepitar
Gotas de fogo no ar
Valsar no salão
Pés a deslizar
Pela ilusão
De imaginar

Corvos no altar
Círios azuis
Cheiro de luz
A cruz daqui
Prisma noir
Me faz sorrir

Quanto mais sangue
Me escorre das veias
Mais sangue eu tenho pra dar
Quanto mais torpe
O cantar das sereias
Mais cândido eu posso escutar

Voar feito pavão
Ou carcará
Tanto se dá
Virar mundo às avessas com lances de olhar
Só pra dizer
Que prazer
Hoje as nuvens
Fazem teatro no céu
Pra mim