no mar de ouro-árida areia o alforge sem um cequim o chão não verdeia, ai de mim terra sem, terra sem trégua o vento castiga o albornoz o tempo seca o cantil dez dias no deserto a sós noite vai, dia sai, chega e quando do céu o sol cai ladrões beduínos vêm roubar os caravanserais mercador, mercador, reza e sonho alaúdes, miragens ouço cantar pra mim me acorda a voz de um muezzin lá no fim, lá no fim meca ao longe se vê bassorá oásis de encantos mil rumei de camelo pra lá mais de cem, mais de cem légua mohammed no solo persa de tempos imemoriais arômas, sensuais conversas haréns, donzelas sem iguais pedras de todas as cores ágatas, negros cristais damas de letais amores morro se me não amais califado de quimeras reino de meus ancestrais e numa mesquita recordo a sira de maomé das guerras ao lastro da fé fé que não, fé que não cessa no cairo um alfange degola a nuca de um albatroz o sangue que mancha o algoz some na, some na treva pirâmides guardam sepulcros múmias de faraós sarcófagos gemem a voz voz que não, voz que não quieta verberam numa alcova escura os versos de omar khayam ali fico até de manhã deito na, deito na relva o preço só ganha a conversa a manha de barganhar mercado onde o peso é falar quem disser, quem disser leva segura o turbante que vem rasante a riscar o ar um velho tapete a voar tá no ar, tá no ar, pega