Jô Soares

Rabada Com Agrião

Jô Soares


Não dá pra acreditar no que aconteceu
Comigo e com o Bira que é um amigo meu
Nós fomos convidados pra ouvir um som
Numa festa da pesada que era muito bom
Pra entrar você levava uma bebida qualquer
E na casa já estava sobrando mulher
No que diz respeito a alimentação
O jantar era rabada feita com agrião

Que rabada
Que roubada
Nem nas baladas de Sodoma e de Gomorra aconteceu algo igual
Que rabada
Que roubada
É bom não bobear e olhar pra trás ou vira estátua de sal

Era sábado a noite, eu tava de bobeira
E o Bira também tá sempre afim de besteira
Por isso a gente foi correndo pro endereço
Que era pra pegar a zorra no começo
A gata que atendeu quando eu cheguei no lugar
Me disse num miado: "oi amor, pode entrar"
No tempo que se leva pra dar meia piscada
A gente já se achava no calor da rabada

Que rabada
Que roubada
Nem nas baladas de Sodoma e de Gomorra aconteceu algo igual
Que rabada
Que roubada
É bom não bobear e olhar pra trás ou vira estátua de sal

O som colaborava pra essa animação
A banda improvisando com empolgação
A roupa das moças era bem transada
Tinha mini-saia e tinha mini sem nada
A turma já estava bastante chapada
Não me parecia que era só da rabada
Por que tem uma coisa que eu achei bisonha
O cheiro do agrião era igual a maconha

Que rabada
Que roubada
Nem nas baladas de Sodoma e de Gomorra aconteceu algo igual
Que rabada
Que roubada
É bom não bobear e olhar pra trás ou vira estátua de sal

A noite prosseguia sem a farra parar
Parecia que a rabada nunca ia terminar
A bebida rolava de tudo que é jeito
De Whisky a cachaça que ninguém é perfeito
Não de pra agradecer quem nos tinha chamado
Por que o dono da casa já havia apagado
Foi quando no bar eu dei um flagra
No Alex preparando um coquetel de Viagra

Que rabada
Que roubada
Nem nas baladas de Sodoma e de Gomorra aconteceu algo igual
Que rabada
Que roubada
É bom não bobear e olhar pra trás ou vira estátua de sal

Só que quando de repente
Quando eu já pensava
Que por nada desse mundo a orgia acabava
Vem saindo do quarto já baratinada
A mulher do Bira totalmente pelada
Aquela visão me deixou assustado
Por que eu sei com é o Bira zangado
Pra ainda piorar a situação
Nesse momento teve um apagão

Que rabada
Que roubada
Nem nas baladas de Sodoma e de Gomorra aconteceu algo igual
Que rabada
Que roubada
É bom não bobear e olhar pra trás ou vira estátua de sal

Mesmo sem roupa e esquecendo a cautela
A mulher do Bira pulou pela janela
Cego de ciúme e na escuridão
O Bira deu um tiro com seu "três oitão"
A galera gritava, tropeçava e corria
Apesar de não saber o que acontecia
No meio disso tudo informando a noticia
Uma bixa esganiçada berrou: "Políííícia!"

Que rabada,
Que roubada
Nem nas baladas de Sodoma e de Gomorra aconteceu algo igual
Que rabada,
Que roubada
É bom não bobear e olhar pra trás ou vira estátua de sal

Foi todo mundo em cana, não deu pra se mandar
Só a mulher do Bira conseguiu escapar
Tentei me esconder no buraco da escada
Mais fiquei ali preso com a bunda entalada
E para se livrar do que ocorreu
O Bira ainda jurou que o 38 era meu
E desde este dia eu taco um bofetão
Pra quem nunca me oferecer rabada com aquele agrião

Que rabada,
Que roubada
Nem nas baladas de Sodoma e de Gomorra aconteceu algo igual
Que rabada
Que roubada
É bom não bobear e olhar pra trás ou vira estátua de sal