Pela noite uma estrada incita o amanhã Sozinho no quarto, pulsos e impulsos da indecisão Mas não, vou nadar na contramão Minha voz segue a paixão Do alento à ilusão Sigo o vento Movimento Sentimento Um lamento Fragmento do que é viver Sorriso, fábulas, trejeitos não falam sobre agressão Defeitos, descasos, tormentos, acordam em procissão Mas não vou calar meu coração Minha voz estende as mãos As cegas sem emoção Sinto o desespero Pesadelo Desperto inteiro A máscara que me pesava Contra o chão Na cama deitado sem ação Se decido a minha vida Estou pesadelo ou num sonho Não me venha incerto, útil barato Com a boca escorrendo sangue Sorrindo a histeria e sem roupa Cantando destinos a polpas Isso tudo sem um dia sofrer Me deixe dizer Me deixe saber Me deixe errar Me deixe viver Me deixe gostar Me deixe sonhar Me deixe aceitar Me deixe amar Me deixe morrer Me deixe deitar Me deixe criar Me deixe mudar Me deixe viver Me deixe amar Me deixe escolher Me deixe estar