Abro na treva os olhos quase cegos. Que mão sinistra e desgraçada encheu Os olhos tristes que meu pai me deu De alfinetes, de agulhas e de pregos? Olhos quase cegos... Um dia restará, na terra instável, De minha antropocêntrica matéria Numa côncava xícara funérea Uma colher de cinza miserável! Terra instável... Em cismas filosóficas me perco E vejo, como nunca outro homem viu, Na anfigonia que me produziu Nonilhões de moléculas de esterco. me perco... Mas minha crise artrítica não tarda. Adeus! que eu veio enfim, com a alma vencida Na abjeção embriológica da vida O futuro de cinza que me aguarda!