Jhasmyna

Patamar Básico da Ignorância

Jhasmyna


Quem foi que disse 
Que normalidade é questão de consenso?
Que a diversidade faz parte da união?
Que Berenice é dona do seu próprio corpo?
E que Geraldo pode usar roupa de patrão?
Mata o moleque preto e pobre da favela, por favor 
E deixa vivo o branco 
Que escorre o branco do nariz
Pra que ampliar se eu já entendo o suficiente?
Minto porque a mentira faz parte da gente
Quem reza não peca, é uma lógica muito válida
Não mata a semente do presente 
Porque é vida do futuro
Mas corta o pescoço do bandido que assalta
Tá em alta, eu vi
Ah, tava escrito num site desconhecido ali

Tua veste te define sim, não pode se vestir assim
Tira a filosofia e a sociologia, não me valem de nada
Filósofos críticos que maduram o pensamento
É demais pra nossa capacitação
Nossa capacitação

O que é e o que está, tá muito bom                                   
Não preciso ser mais que a zona tá doce, não gosto de limão

Então, pinta o verde de cinza
Proíbe a planta de se propagar
Aqui só se bebe e fuma cigarro
Porque mata mas vende
Então mata a mata que não rende pro sistema continuar
Ecologia pra quê,
Se eu já sei plantar vacas e bois?
Bebo refrigerante
Água não é instigante
Um copinho basta e saúde pra depois
Afinal, os hospitais não vão cuidar tão bem de mim
Deixe o meu corpo pra lá, amanhã tenho que trabalhar
Morreu mais um, dois, três, quatro
Apertei confirma e elegi um número 
menor dos que morreram no sábado
Tudo bem
Minha área de comodidade
Não grito por liberdade
Não sou ninguém
E é mais fácil não ser também
É mais difícil ter voz, por isso busco conforto no além
Aqui na Terra o paraíso é utópico 
Quem sabe em outro plano, amém

Amém

O que é e o que está, tá muito bom                                   
Não preciso ser mais que a  zona tá doce, não gosto de limão