Eu tenho andado Meio inquieto Por dias a fio Acabrunhado Diferente do jeito que eu sou Até da prosa lá do rancho Eu tô meio arredio E algum parceiro que me viu Por certo nem notou É que o ofício que eu fazia Com o tempo sumiu Que eram tropeiros diferentes E o gado embarcou O galpão grande que era cheio Agora está vazio E alguma coisa Que em mim também se esvaziou Mas como a vida é um ciclo tudo tornará E o mate novo aquecerá As rodas de galpão Tal como a chuva que se vai mas voltará Regando a terra pra renovação Assim o tempo chegará E que a boiada irá Por terra e não por caminhão E neste dia agradecido o campo sorrirá E todos os campeiros voltarão Meus filhos chamam pra cidade Mas digo que não E não entendem a razão Porque fiquei assim Porque insisto nesta lida Se hoje sou patrão E não aceito estrada E cuidar de jardim É que esta lida traz a vida Pra o meu coração Pra mim o berro de uma tropa Tem som de clarim Porque eu sou seiva dessa terra E parte desse chão E se eu vender esse torrão Eu tô vendendo a mim