Minha alma de poeta Foi templada em campereada E sem muita pretensão Eu desfraldo minha armada Pouca rima teu meu verso De lirismo quase nada Mas porém nas entrelinhas Não me perco na volteada Escrevendo sobre a perna Com um papel no tirador Fiz poema nas mateadas Pra cantar cantador Pois o traço é de campo Nesta escrita redomona Porque a lida é a vertente Que deságua da cambona Hoje a cor que tem meus olhos É da inspiração que vem Muito embora assim no negos Mostra a cor que o pasto tem Se em meus olhos se reflete O clarão da lamparina Trago o campo espelhado Verdejando na retina Meu poema é como o vento Que descamba o pé da serra A dizer pros hemisférios Que aqui o touro berra É pra algum metido a gringo Que a ela não agrade Eu lhes digo que escrevo Pra gaúchos de verdade Nesta lida de poeta Nunca vou bolear a perna Porque a minha poesia Para poucos é eterna Trago a pátria entrelaçada Nestes versos que eu fiz Eu lhes digo que escrevo Pra aqueles que tem raiz