Lá vai o balseiro, atravessando o Rio Iguaçu Lá vai o balseiro, não enverga o taquaruçu Nessa estrada que vai até o rio Eu levava minha mercadoria Naquela época com carro de boi É Capanema que florescia O balseiro sempre muito paciente Nos ajudava no que precisava E aquela Estrada do Colono Prosperidade pra gente traçava Depois de atravessar o rio Era só mata que a gente enxergava Com passarinhos cantando ao redor De vez em quando um quati avistava Momento algum na floresta eu entrei Sequer um dia um inseto atropelei O meu sustento passava naquela balsa Dinamitada em nome da lei Por muitos anos falaram nos palanques Que a estrada iriam reabrir Nos enchiam de esperanças falsas Mas era só para os votos conseguir Por outro rio nos ligaram aos hermanos Mas é um trecho que não dá pra confiar E o balseiro com lágrimas nos olhos No Iguaçu canta triste o seu pesar Lá ia o balseiro atravessando o Rio Iguaçu Lá ia o balseiro não envergava o taquaruçu