Na velha rede da varanda eu cochilava De repente eu caminhava pelos caminhos da vida O meu passado divisei lá bem distante O cenário deslumbrante da minha terra querida Me vi no lombo do meu cavalo bragado Contemplando admirado as campinas coloridas E no avanço do matungo no estradão Eu chorava de emoção revendo cenas vividas Cruzei a mata e senti o cheiro da floresta Vi a natureza em festa numa manhã de verão O Sol vermelho lá bem longe despontava Parecia que brotava até um buraco no chão Eu vi o gado passo a passo na invernada Descendo lá na baixada pra beber no ribeirão E da mangueira eu gritei pra peonada Apartar a bezerrada pra fazer a marcação Eu vi mamãe com casaco de tricô Seu rosto se iluminou quando me viu no portão Vi meus brinquedos de bolinha e de biroca Arapuca de taboca, a fieira e o pião O arco-íris bem na frente da cascata Vi meu carrinho de lata e o meu cachorro Sultão E na porteira também vi quase apagado O nome de alguém gravado no meio de um coração Na sombra fresca de um velho jacarandá Eu parei pra descansar dessa minha caminhada Nesse momento eu voltei à realidade Soluçando de saudade da minha velha morada Fiz uma prece pro meu Mestre lá de cima Conservar a luz divina clareando a minha estrada Pedi também que Ele esteja do meu lado Quando esse corpo cansado terminar sua jornada