Jazahu

Neguinho do Morro

Jazahu


Aquele neguinho de cima do morro, de muito swing, exemplo pro povo, é alegria ao deitar, é alegria ao levantar/ Orgulho da família, diploma é doutor, lutou pela vida, buscou o amor, mesmo embaixo de tiro, mesmo embaixo de tiro/ Beijou a mulher, a benção nos filhos, tirou seu chapéu pro Santo Divino, fez seu único pedido, pra que ilumine seu caminho/ Descendo a ladeira cantando seu samba, escola Mangueira, sua ginga é de bamba, e na ponta da língua sambas de Pixinguinha/ Cumprimenta um por um, trabalhador á ladrão, em momento algum ficou algum sem estende- lhe a mão, tem a vila no coração/ Transporte lotado, vivendo a rotina, de olhos fechados pensando na vida, vive dia a dia, o amanhã Deus que guia. . .

Ó nego, o neguinho do morro viveu, com suas próprias pernas cresceu e agradece a vida que Deus lhe deu/ E quando rola o samba na hora bota a galera pra dançar. . .

Chegando ao trabalho, no seu consultório, a vela do lado, de São Jorge é devoto, eis aqui uma mão que cura cidadão/ Do jovem ao idoso, do pobre ao doutor, todo mundo respeita seja quem ele for, toda vida tem o seu valor/ Na volta pra casa com o trabalho cumprido, com uma flor pra mulher e um presente " pros" filhos, é um bom pai e um bom marido/ Na subida do morro já se ouve o reboliço, tem guerra na favela entre polícia e bandido, continua o seu caminho/ Seguindo pra casa, os " cana" o pára, fica de joelhos, leva tapa na cara, já não pode fazer mais nada/ É parado, alvejado, confundido com quem não devia. . . sua pele foi quem o condenou ao seu último dia. .