Pisando flechilha Com as patas do mouro Nos campos que alarda A vista não alcança Criei o meu mundo No lombo do arreio Parando rodeio Marquei minha estampa Socando moirão É a lida em que vivo A carpa por ranchos Nos fundos de campo Laçados de trama Por várzes e coxilha A pua latidos Separam as distâncias O sol que debruça Por estes janeiros A geada que entangue Ninhadas de agosto Deixaram serena A alma que abriga Os rigores da lida Que nos cobra estância Na cincha do tempo Razões de querência A alma dos campos Habita nós dois São somente destinos Caminhos pra lida Rudeza da sina Que a vida nos deu Rangendo os bastos Estrivados no trono Palita pras costas Desato dos tentos Meu pago em rodilhas Reponta o serviço No cabo do ofício Que me fez campeiro Tinindo arame Arremato os meus dias Erguendo invernadas Campeiro me faço O tinir da barra Repicando a tosca Por água que empoça Costeando banhado O sol que debruça Por estes janeiros A geada que entangue Ninhadas de agosto Deixaram serena A alma que abriga Os rigores da lida Que nos cobra estância Na cincha do tempo Razões de querência A alma dos campos Habita nós dois São somente destinos Caminhos pra lida Rudeza da sina Que a vida nos deu