Na medicina campeira O que o remédio não cura Se cura com brasa, E prece e tesoura De quem sabe benzedura Sapinho doutor não cura O bom é mandar benzer Lá no chiqueiro do porco A benzedeira pergunta E manda a mãe responder ("O que é que eu corto, sapo brabo?" "Te corto a cabeça e te corto o rabo!" Benziam durante três dias Em nome de Deus e da virgem Maria) E se o bichinho está brabo Não quer desaparecer Leve em duas benzedeiras Não deixe nenhuma da outra saber Uma que benze no portal E outra no cocho lá do quintal ("O que é que eu corto, sapo brabo?" "Te corto a cabeça e te corto o rabo!" Benziam durante três dias Em nome de Deus e da virgem Maria) Quem vai benzer no futuro As crianças ao nascer? Quem benzia está indo embora E o novo não quer aprender Tradição e caridade Que vai desaparecer Criança quando novinha Sofre muito de quebrante Chora muito e dorme pouco Diz a crença popular Que fazendo cruz na testa, com a língua A mãe pode tirar: "Eu te pari! Te criarei! Se tiver quebrante, te tirarei!" ("O que é que eu corto, sapo brabo?" "Te corto a cabeça e te corto o rabo!" Benziam durante três dias Em nome de Deus e da virgem Maria)