Pálido, aflito, há dias sem dormir. Olhos fundos, sono ruim. Lamentável saber Como dura a noite por aqui. Com a vida em volta quieta outra vez, Minha cama vai se cobrir De paciência, eu sei, Quando sinto meu quarto rugir. É madrugada e posso ouvir Na minha rua insistir A chuva grossa que se vê noite afora, Quente e furiosa. Passos pelo teto correm contra o chão Se disputam minha atencão, Vive um mundo aqui Que desperta pra me distrair. Logo segue o grito surdo que guardei Do passante antes das seis Adiantando o nascer Da cidade que veio acolher A correria outra vez. Mais um minuto a perder, Na luz amena da tv que se entrega. Fria, vermelha.