Andando sozinha pelos corredores do templo Vejo nas paredes os quadros Com as sagradas imagens do Unigênito E penso: Suportar metade do que Ele suportou Com certeza eu não aguento E observando ao redor Vejo os lustres, as luzes E as poltronas vazias Ao meu lado Apenas as flores Que enfeitam esta sala Me fazem companhia E assim estou e me sinto sempre sozinha sozinha Com essa solidão que nunca termina E ao repousar no sofá da sala Que representa o céu Contemplo o grande lustre Que representa a lágrima de Deus E de noite Quando os meus olhos quase se fecham E fico entre a realidade e o sonho Entre meu consciente e meu inconsciente Surgem em minha mente Imagens e ideias confundidas Que só Freud explicaria Os lustres, as luzes Nos quadros as imagens sagradas A lágrima de Deus Poltronas vazias E a minha solidão que nunca termina