Um galo anunciando o dia Por volta das quatro e pico Um guarda - fogo de angico O braseiro principia Enquanto a cambona chia Madrugando a primavera Esse ritual de índio qüera Parece avisar sem luxo: Toma o teu mate, gaúcho, Qua a bagualada te espera Nem bem o dia desponta Me encontro de mate pronto Já bombeando pra mangueira Pra cavalhada que eu monto Na lida xucra da estância Me consideram Doutor E o bisturi é "as" roseta Da espora do domador Pra quem é Doutor na lida Domar é uma operação E jamais erro a receita Em bagual que eu boto a mão Que um erro na cirurgia Deixa o potro sem valia Caborteiro ou redomão Enfrenar na lua certa Saber quebrar bem o queixo Pra que fique bom de rédea São princípios que eu não deixo Pois o domador de potros É como um doutor que opera Se acalcar demais a faca Se foi a vida de qüera