Eu alembro e tenho saudade Do bom tempo que eu passava No tempo que eu fui valente O pessoal me arrespeitava Sempre eu era reliento Em toda festa que eu chegava Alembro de uma ocasião Que o pessoal sempre me contava Fiz correr quatorze homem De medo tudo gritava Comigo fazia os quinze Que na frente avuava Corria mais do que os outros E nenhum não me pegava. Sempre eu era de sorte Porque Deus me ajudava Todas brigas que havia Sempre eu que apartava O pessoal já conhecia Perto de mim ninguém brigava A canela do mateiro Seguidinho eu emprestava Eu via briga formada Garrucha quando lumiava Se saia algum tiro Lá de longe eu escutava Nunca eu fui testemunha Que nesta hora eu não tava Depois fiquei domador Mas é tempo que eu gozava Empreguei numa fazenda Os peão que tinha tudo eu cinzava Eu vivia de reserva E de mim tudo ciumava Esses burro empacador Sempre a barda eu que tirava Quando era redomão Logo eu desabusava Se o burro era queixudo Na hora que ele empacava Só pra não ficar bardoso Eu apeava e puxava O patrão me despachou Falou que eu não atacava Disse que eu não era peão Pra lida eu não prestava Eu fiquei louco de raiva De tanto que ele insultava Eu ranquei do meu revólver Que na cinta eu carregava Depois vieram me agradar Pensando que eu atirava Nunca vi que viagem triste A vergonha que eu passava Quando eu via boi no laço Nem lá perto eu não chegava