Dois irmão de muita fibra Da família despedia A fim de ganhar dinheiro Pro sertão os dois seguia No sertão do Amazonas Onde a justiça não ia Lugar que um filho distante Chorava e o pai não via A lei daquele sertão Era ordem do patrão Só bala que resolvia Lá naquele fim de mundo O trabalhador sofria Igualzinho um cão sem dono A cor da nota não via Quem falava em dinheiro Só bala que recebia Os capangas da fazenda Deste jeito respondia Aqui a bala domina A boca da carabina É a nossa tesouraria Os dois irmão de coragem Um para o outro dizia Mais vale quem Deus ajuda Todo santo tem seu dia Só Deus e nossa coragem E a nossa garantia Entramos numa trucada Vamos jogar sem mania O capital dos dois mano Era sangue de baiano Na veia dos dois fervia Os dois irmãos combinados Dois anos ali vivia Com um sorriso nos lábios Mas por dentro remoía Foi feito um grande levante Os dois irmão dirigia Pegaram os capanga à unha Na raça e na valentia Naquele mundo esquecido Pra quem já estava perdido Qualquer negócio servia Virou uma praça de guerra Foi só bala que tinia Trabalhadores venceram A escravidão caía Receberam o seu dinheiro Patrão pagou o que devia Cada um seguiu seu rumo Levando Deus como guia Acabou a escravidão Quem pôs a lei no sertão Foi dois filhos da Bahia