Andar de lado, embalsamado Meio dado a correr Andar pra frente, meio gente meio mente a ferver Olho atento ao movimento e as vezes lento a querer um sacramento, um passamento Socorro, alguém quer me deter E o que quiser ser Me chamo Zé, sou Zé doidinho Quem não é o que quer ser Passa a vida inteira andando a pé fingindo entender o quê E nas esquinas os vizinhos todos querem me bater Outros insultos, filhos da puta, fingindo entender Que sou palhaço equilibrista Algo de clown, contorcionista Algo dalí, algo de Tom Zé Meio Mateus e às vezes Deus E o que quiser ser... Sou conselheiro de Deus Às vezes Deus, Às vezes ateu. Às vezes eu, Às vezes eus...