Bebida santa do pago, aguardente sem mistura Foi feita da cana pura que nasceu sobre a coxilha Com a grama e a frexilha, carqueja e a pitangueira Ou mesmo erva cidreira, o funcho e a maçanilha Nasceste em tempo idos do Rio Grande ainda moço Fizeste muito alvoroço sem nunca saber falar Sempre haragana ao cruzar, sem luxo, sem pretensão E de rincão em rincão te tornaste popular Hoje em dia eu sei que és primeira prenda do pago Quando te bebo algum trago, por mágoa ou por brincadeira Minha alma é caborteira, fica alegre e muy contente És um ótimo ingrediente na medicina campeira A cachaça é bom pra tudo, dor no peito e dor no lado Pra gripe, pra resfriado e até pra dor de barriga E ainda há quem faça intriga deste remédio com a gente São trompetas descontente com o trote seco da vida Benditas sejas cachaça sobre o altar do bolicho Ao me benzer com capricho na catedral da querência Eu sei que bebo a essência do pago onde eu nasci Cachaça junto de ti não pesa a cruz da existência