E foi neste vai e vem da vida, vim parar aqui um dia Foi por falta de outra saída, não era o que eu queria Vou no abraço deste tempo lento relembrando com quem gosta Minha prosa de caboclo, tenta sufocar um pouco esta saudade da roça Bater feijão no cambão irmão, você já ouviu dizer? E bater arroz na banca então, já contaram pra você? Colheita do amendoim assim, do jeito que vou contar Depois de arrancado e seco, era batido no cepo amarrado no jacá Preparar o cafezal, seu moço, para o tempo da derriça Arruação na enxada um osso, não podia ter preguiça A enxada do peão no chão em volta de cada pé Preparava assim o solo, como se fosse um colo pra deitar grãos café A lavoura de algodão na roça dava gosto a gente olhar Da janela da nossa palhoça a branquidão se espalhar Pra colher do nosso jeito o eito era assim que se fazia Na cintura, amarrado o peão levava um fardo e guardava o que colhia Obrigado amigo por ouvir, um pouco de minha história É um livro que não escrevi, eu só guardei na memória Ferramentas que usei, guardei na minha imaginação Vivo assim plantando prosa, pra manter sempre viçosa a essência do sertão