Ia minha comitiva à passos lentos com a boiada E seguia numa marcha vagarosa e compassada Poucas léguas que cobria em um dia de viagem Vários pousos pra cumprir e alcançar outras paragens Foram tantas minhas idas enfrentando estas jornadas Que às vezes me sentia como parte dessa estrada Muitas vezes sob o Sol escaldante de um verão E nas chuvas de inverno a cair em profusão Desse tempo que me lembro muita coisa foi mudada E fizeram rodovias, muitas delas asfaltadas Não se tem mais o ponteiro que seguindo mais adiante Repicava a melodia comovente de um berrante Muitas vezes boiadeiro e outras vezes sou boiada Nos meus sonhos sempre estou junto a minha peonada Devaneios de alguém que já não segue na estrada O progresso faz da vida muito mais acelerada A lembrança que carrego na bruaca é bem pesada O orgulho é que me impele a nunca deitar com a carga!