Vai, menino, vai Leva essa prosa, abre fronteiras Na batucada do tambor da tabajara Samba e canta o sonho de madureira Chega mais eu, menino Vem ouvir os causos desse seu lugar Um cantador não bole com destino Mas põe asa na palavra pro mundo avoar Eram judeus fugidos da fogueira Pros canaviais de um recife holandês No toma lá dá cá da história brasileira Portugal mandou fugirem outra vez E foi cabra lá pras bandas Do Caribe e da Holanda Outros foram prisioneiros De piratas arengueiros Livrados da morte, se arribam para o norte E fundam a cidade que hoje chama Nova Yorque Lá tem a estátua também vinda do estrangeiro Todo povo tem um pouco do mundo inteiro Chega mais eu, menino Me arresponde esse repente A gente muda de lugar Ou o lugar muda da gente? Nesse verso azul e branco O poema da liberdade Pede teto ao sem abrigo Refugiados da tempestade Quem conta um conto, nem sempre aumenta um ponto O cordel é minha arte Mas o samba é o estandarte Quem é Portela, tem história em toda parte