Ouço os tambores vindos da África Eles me trazem um triste lamento Me dizem que a morte e o caminho mais fácil Para acabar com tanto sofrimento Mulheres, crianças, são todos guerreiros Guerreiros flagelos sonhando com liberdade Os séculos contam uma triste história Onde só vence o imperialismo selvagem Selvagem Tambores à noite Não se calam jamais No Norte da América só solidão Lembranças despedaçam o coração Do tempo de glória não restou nada Aldeias inteiras devastadas No centro da América uma velha canção Sobe pro céu, vira oração Deus se cala, nada responde A fé é esmagada pela força da espada Da espada Tambores à noite Não se calam jamais Um hino xavante, um hino Xingu O canto triste do uirapuru Bombas napalm ardem na carne Gigantes dormem o sono da eternidade O canto de guerra já ecoou na floresta Agora se cala, apenas espera Da terra tomada, da terra usurpada Só restam as lágrimas de uma nação humilhada Humilhada Tambores à noite Não se calam jamais