Inezita Barroso

Meu Baralho

Inezita Barroso


Meu baraio é meu amigo
É meu pai, é meu irmão
Num dia me dá camisa
No outro me tira o pão

Nem sempre é verdadeiro
O amigo que a gente tem
Com a pinga e c’o baraio
Passo a vida muito bem

Num sai da minha argibêra
Num me deixa o dia intêro
Quando eu durmo ele descansa
Debaixo do travesseiro

Arranjei um pé de cueio
Comprei unha de gambá
Fui jogá muito confiante
Pois cansei de apanhá

Percisava de dinhêro
Joguei com Mané Sinhô
O cabra era um gavião
Ele que me depenô

Joguei uma noite intêra
Na casa do seu NhôNhô
Perdi inté a roupa nova
Vortei só cum a do interiô
Ai, ai, vortei só cum a do interiô
Ai, ai, vortei só cum a do interiô