Abro os olhos na idade das trevas, vejo ódio na telas, praga na favelas, não escuto panelas, buzina em hospital estimula a chacina, por anti-ciência, postergo a vacina Vamos trabalhar pra roda girar, não importa quantos poderão sufocar, não é nada demais, seguimos em paz, sem O2 na Amazônia, queimam pantanais E de longe eu enxergo alguns tolos que acham que estão arrasando brigando entre si enquanto a festa é feita no plano piloto (De um lado ou de outro) Adiando o progresso, evitando o processo, ignoram o fato de sermos opostos compostos de um mesmo povo Se aqui não posso respirar Busco um milagre no espaço Nem sei por onde começar Acho que darei o primeiro passo Caminho em direção ao ponto de partida Olho ao redor pra ver se vale a pena essa corrida Veloz serei se não deixar levar pelas cores na pista Na corda bamba vou me equilibrando para não cair Se eu cair serei mais um soldado abatido na pré guerra civil (ninguém previu) Jogaram um contra o outro moldando a cabeça de um ser inconsequente e fútil Se quiser ir eu solto sua mão mas você já tem noção do perigo Eu vou ficar e esperar aqui pois vejo os domos se autodestruindo Estou contribuindo fitando o caminho pra entender Quais são os erros que tornam o que somos no que ainda iremos ser Me sinto tão isolado A cada dia o horror foi sendo tão normalizado Aos que se foram, justiça Nesse genocídio alguém precisa ser condenado Meus dedos tremem, eu preciso descansar Acendo a mente e vejo o luar ir embora pra outro lugar (enquanto a terra gira) Aqueço o peito e penso em como posso me tornar Mais otimista usando do pouco em que posso ajudar Ser positivo a ponto de jamais desanimar (jamais desanimar) Pois eu não tenho dono e ninguém pode me domar Sei quem são os meus inimigos e eles vão pagar (um dia irão pagar) Teimoso e um pouco louco pronto pra me empoderar E os que sobraram uni-vos para que um dia possamos cantar A liberdade é o nosso lema e defender é respirar