Vejo que a maldição que este povo Lança sobre mim Quer me fazer demonstrar A própria maldade Não se explicar o que sinto Pois, quero esse homem libertar Eu bem sei que ao condena-lo Um inocente morrerá Sei que não será o primeiro Mas, esse e diferente Só vejo paz em seu olhar E um grande amor pelo mundo inteiro No palácio, alguém mais chora Já lavou inúmeras vezes suas mãos Mas mesmo sem ver nelas O sangue que a pouco poderia ter evitado Sente-se culpado Por não ter libertado o homem Mas agora, a solidão do seu próprio vazio Ouvindo os gritos e o som do martelo Descobre que a verdade não está na razão dos homens Não é a maioria que define o verdadeiro Há sangue em minhas mãos! Não vejo, mas eu sei que estão sujas E isso é verdade E eu não posso mudar Eu poderia libertá-lo Mas um grande medo eu senti Embora tenha visto uma coragem majestosa Que eu nunca tinha visto em ninguém Mas de alguma forma Sinto que a minha culpa Está sendo rasgada naquela cruz Nas carnes do Nazareno Estão escrevendo a minha dor E em sua santa humildade De tal maneira se entregou Naquela cruz, ele conciliou Sua inocência com a nossa culpa Todas as dores e angústias Que os homens sentem São perfuradas e massacradas Nas carnes do Nazareno Estão escrevendo a minha dor E em sua santa humildade De tal maneira se entregou