Quero plantar, colher Ver brotar no alvorecer A minha ilha é meu chão Floresce em cada coração. Terra... Minha doce terra... Me deu a paz Me trouxe a guerra Na ambição do invasor Vida... É semente a germinar A beleza a desabrochar Natureza em flor É o chão... Pedaço da imensidão Um laço de comunhão Um presente do criador No gosto amargo da dor O negro plantou a raiz da liberdade No rosto, o labor, o cansaço Bagaço da dignidade. Quando a terra então chorou O canto da mata ecoou Pedindo proteção a cada guardião O amor faz o solo irmão. Senhor... Alimenta a esperança Alenta a herança da seca, da fome Qual é... Tem gente sem nome, sem nada A pé vai seguindo a estrada Na fé que não cansa e não some Semear, produzir, cultivar e repartir Quem dera os campos de outono Em todo canto de abandono A primavera em harmonia Bendito o pão de cada dia.