Raiou a falsa liberdade Povo de rua ganhou o destino Subiu o morro sob um céu boêmio À convite do sereno pra fugir do desatino Ôô vagou nas bandas de lá De coreto ao meio fio Ôô rodou nas bandas de cá Alma malandra do Rio É teatro de revista na ginga da arte Rei do terreiro, batuqueiro, baluarte Na ponta do pé, seu cortejo é navalha Galanteio de Zé não falha! Anoiteceu a linda ópera ao luar E o carioca a vagar pelas calçadas da vida Sofrida o dia a dia da ralé Quem sobrevive, malandro é! Cai a madrugada, vou de ponta e faca Lá em Cavalcanti, bebo a saideira No compasso o mestre-sala, bailado que aflora Eu sou o samba e não vou embora Sessenta anos depois, eu quero ver Quem é malandro não pode correr Chapéu Panamá, a fé me conduz Em Cima da Hora é Carlinhos de Jesus