Olhe, Mangueira, eu convido ao irmão A acompanhar esse percurso de solidões e tristezas Eu vivi muitos tempos ruins Sou do tempo das feras enjauladas da ditadura militar E hoje quando a gente se encontra e se abre para o espaço e para o infinito Para a liberdade, eu lhe digo Vamos prosseguir essa estrada Porque o meu caminho É o caminho de Mangueira, o caminho de José, Sampaio De Santo Souza e tantos poetas sonhadores e loucos como nós Que só acredita que o espinho não fere a nossa flor E apesar de tudo, nós seguimos Nada vai nos deter Ninguém, nunca Eu reinventei a liberdade Porque a poesia é única forma de libertar A humanidade das opressões e dos sofrimentos que nos impõe E para terminar, este poeta louco e desesperado, fala Eu arremato a viva esperança nas mãos dos nossos irmãos E peço que os poetas ocupem as ruas para sempre Porque sem a poesia o mundo não suportará