A canzoada presa num terreno baldio Se agita ao ver um gato passar Ele tira onda da massa Deita o pêlo na praça Se espreguiça em paz Sabe que nesse lugar não existem buracos Por onde os cães possam atravessar As grades enferrujadas são altas O condenado sabe o que está porvir O cão que manda ali é aquele que tá sentado Olhando de longe o descaso do gato O guarda da rua da frente Se sente um tanto indecente Percebe que precisa fazer algo pra ajudar A canzoada a fugir Arma um esquema certeiro na calada ao relento Espanta o gato, pois tem bom coração Com um alicate arrebenta a corrente da grade E grita: “quem ta vivo late!” Trinta e poucos cachorros com seus faros precisos Começam a seguir o cheiro do gato Que percebe os latidos e foge rápido Até que a mídia abafe o caso, manja man? Até que a mídia abafe o caso