Você me explica toda a matemática E enlouquece com meus tênis pela sala Você me diz que eu tenho que trabalhar Eu pregando meu diploma na parede E ao seu lado sua foto, seu sorriso Na cozinha toda louça para quem lavar? Você esconde meu conjunto de paletas E joga fora aquela calça jeans rasgada E com a mobília, a gente tenta escrever um lar Mas ninguém nunca te viu Sorrindo assim Desse jeito Como se a vida fosse uma piada E nem podiam ver-te Tão feliz Sorridente Com seus olhos dourados Você me pede um filho pra pra semana Enquanto eu guardo os seus livros e meus discos Diz que me ama e desafina o meu violão Eu te ensino a dirigir um carro Você me mostra o outro lado da lua E sempre entende quando desligo a televisão Eu reclamo que quem sempre te beija sou eu Você ler os meus poemas antes de dormir Eu descubro: você não sabe fazer feijão!