Não existi baião sem ter viola Nem viola sem ter um desafio Nem peleja que deixe por um fio O violeiro-mestre na sacola Ele tira os versos da cachola Com um belo galope improvisado Para quem ta ouvindo ali do lado Aprender como faz melhor repente Só quem sabe essa arte é que sente O deleite em um verso bem bolado Com rima, verso e poesia Construiu o seu legado Foi cantador afamado De prosa em demasia Fez a sua travessia Lá pras bandas do sertão Com viola sempre a mão Decantou a natureza Com toda a arte e destreza Fez escola no repente Nordestino de nobreza Violeiro zé vicente Nasceu lá na paraíba Em pernambuco viveu Todo nordeste cresceu E banhou com sua liba Não há vate que exiba Dom maior na poesia Como ele bem sabia Declamar a natureza Sutilmente, com leveza Educado e prudente Nordestino de grandeza Violeiro zé vicente Peleja em pé de parede Foi a profissão mais nobre Onde defendia o cobre Para se deitar na rede Comprar pão, matar a sede Era pouco o que sobrava Mesmo assim não recuava Seguiu sempre com firmeza Jogou verso em correnteza Colheu e plantou semente Nordestina realeza Do poeta zé vicente