Um dia fiz estes versos no lombo dum redomão Quando brotou a inspiração no peito deste cantor Vinha fazendo o fiador, meus dois fiéis companheiro Um galgo e um ovelheiro, na sombra do tirador Nasci taura, sou fronteiro, da doma fiz meu ofício Lidar com potro é um vicio que atrai el gaucho pampero Também me forjei guasqueiro só pra ver bagual bolido Sentar num buçal torcido, feitil do índio campeiro Um dia sei que me vou, tapeando bem o sobrero Potrear no pago estreleiro, como quer tupã sagrado Só quero ir orquetado, rustindo basto e carona Num potro da minha doma, de queixo e de cacho atado É lindo ouvir o cincerro e o relincho da potrada Ecuando, pela estrada, no forte da primavera Levantando o pó da terra, a tropilha vai tranqueando E a madrinha vem ponteando na frente de uma colhera Gaucho que vive a lida, entende minha canção Tento passar emoção nos versos que lhe apresento Pois estas coisas que ostento, redea, cabresto e bocal E o velho basto oriental é, donde eu tiro o sustento Um dia sei queme vou tapenado bem o sobreiro...