O sol já vinha apontando nos negros montes A calmaria de um belo alvorecer Rompendo aquele silêncio uma trovoada Roncando grosso, marcha engrenada De canos cheios ao céu se vão Em busca de um horizonte de sonhos tantos Subindo a serra de encantos Pra garantir o seu quinhão Quebrando o gelo, manhã de inverno e serração Turbinas incandescentes, calor que aquece o coração De pé no fundo a carga é pesada, mas 'tem pressão' E lá se vão os gigantes transportando uma paixão Caminho que leva a recuerdos de um tempo distante Paisagem desperta saudade no peito contida Na serra de são salvador, uma marcha forçada Perigo na curva, atenção redobrada A toque de caixa ao céu se vão Cumprindo a grande missão de levar o progresso De representar com sucesso Esta honrada profissão Na linha doze, em meio aos vinhedos e a plantação Um reencontro de amigos que ganham a vida do caminhão Matar a sede, um vinho do bom di italiani À sombra de uma nogueira no Terenciano Steffani Estrada que há muito rodavam os carros de bois Levando e trazendo as riquezas do homem do campo Rompendo aquele silêncio uma trovoada Ecoam os gritos tocando a boiada De peito aberto ao céu se vão Abrindo picadas no tempo e fazendo o futuro Suando e peleando duro Na luta em troca do pão