Nasci no mato, num paraíso distante De onde se ouvia o berrante Num picadão boiadeiro Me fiz criança com o leite do curral No espaço do quintal eu pulava o dia inteiro Peguei na enxada, sei o que ela representa Um burrao na ferramenta riscando a terra tombada Pra depois ver o arroz e o feijão crescer E o agricultor colher a safra tão esperada Nasci no mato posso dizer o que é Uma lavoura de café que ajudei na plantação Quando a tardinha já no fim de uma jornada A Deus do céu implorava pra chover naquele chão Sempre há esperança de um futuro bem melhor Uma colheita maior, que é do ano anterior Mantinha acesa a chama da fé no seu peito E era feliz desse jeito o mestre trabalhador Nasci no mato, lá onde a lua morava E o verdeiro iluminava nas noites de cantoria Por isso hoje sou um poeta caipira E ao lembrar tudo se inspira pra escrever uma poesia Hoje distante lembro momentos de outrora E então na mesma hora abraço meu violão Fiz da canção, minha história, meu retrato Eu nasci mesmo no mato, eu sou filho do sertão Fiz da canção, minha história, meu retrato Eu nasci mesmo no mato, eu sou filho do sertão