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Mala Amarela

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Era 4:30 passava um pouquinho, fosco, clarinho, rasgava o vajão
Era um trem noturno que vinha pontando e logo parando na velha estação..
Meu corpo tremia, meus olhos molhavam e meu pai do lado e a mala no chão
Beijei o seu rosto e disse na hora, o mundo lá fora me espera paizão!

Entrei no vagão, corri pra janela e a mala amarela do velho catei
O trem deu partida soquio bruscamente e ali novamente a sua mão eu beijei..
E um pouco a diante vi minha casinha e a minha mãezinha de pé no portão
Ela não me viu e o trem na corrida ouvia as latidas do velho sultão..

Um certo senhor da poltrona vizinha dizia que vinha do paranazão
Me disse também de um jeito cortês, é a primeira vez que deixo o sertão..
Pedi o seu conselho e ele me disse seu moço a velhice é dura de mais..
Eu sou bem mais velho e posso aconselhar, é duro ficar distante dos pais!

Eu numca esqueci o que o velho falou e o tempo passou e pra casa voltei..
Quem fica distante jamais se conforma lá na plataforma meus pais avistei..
Desci comovido abracei ele e ela e a mala amarela meu filho não vi..
Meu pai acredite na fala de um homem pra não passar fome a mala eu vendi..
Que pena que pena éra a minha lembraça que eu trouxe de herança do seu avô, mais deixa pra lá eu vou me esquecer, a henraça é você e você já voltou..