No ponteiro do relógio já há uma razão pra eu acordar Escovo meus dentes com pressa para ir deitar Eu leio um livro que o começo é o fim, de um príncipe que Eu nunca conheci, resolvo escrever com um guardanapo no Lápis que ganhei, de uns seres que nunca pesquisei Talvez seja assim, antes que o normal, antes dos cachecóis, O caos, talvez antes que eu pense como gente, eu viva existindo Há anos luz na terra de outros deuses... e chega o futuro Alí ainda é mundo, pra cá eu já nem sei, eu seguro ao arroz E mastigo o garfo e tento me encontrar nesse novo Espaço, cabana, casa, mansão ou casa de papelão (tudo isso Hoje é pura ilusão), e cada um vivendo dentro da sua Bolha de sabão que sai do potinho do moleque do tião, o Aboio agora é de carro, carruagem não temos mais cavalo O meu choro é de riso molhado e meu riso é de choro Secado, hoje não tem mais trem cotado, meu baralho Vive trocado, meu cais nunca mais teve barco, minha tv Não tem mais canal, mas eu vivo num big brother, eu ainda Sorrio pois sei que to sendo filmado. talvez seja assim, antes que O normal... talvez antes que eu pense como gente eu viva Existindo esfomeado de sede, finalmente a bolha estourou, Finalmente a gente enxergou que nunca nada mais tava errado, e nas Costas a gente ganhou asas brancas de um veio sinhô e a gente Voou prum céu todo estrelado...