Hay invernito temprano Que chegou abagualado Mal, mal murmurava julho Já tinha os pastos branqueado Inté com a força do milho Meus pingos ficaram atorrados Um geadão caborteiro Noivou os pastos de branco Não fosse meu poncho, pátria! Encarangava no campo A mão cismada campeia Por de baixo dos pelegos Um borrachão ajujado Bem guardadito em segredo Mas só um golito de canha Pra aguentar o inverno duro Que castiga a alma da gente Neste ofício pelo duro Tinha lhe dito, patrão! Que desmamasse mais cedo Choveu pouco este verão E as vacas velhas do posto Entraram fracas este inverno E ficaram só no cerno Pra peleguear este agosto! Vez em quando a trança forte Se abre num abraço campeiro Pra sacar uma rês fraca Que se atracou num atoleiro Por conhecer o que falo Sei quando o arame trabalha E algum fio, enferrujado Não aguenta e se remalha Então levo espichador Chave de arame e mordente Pra remendar um alambrado Ou algum fio que rebente Que coisa brava e selvagem Não dá uma folga pra gente Uma chuvarada medonha Sempre emponchando o vivente Que pra aguentar a pegada Hay que ser guapo e valente Sombreiro copa pontuda Pra escorrer o aguaceiro Aba larga, desabado Pra tourear com este pampeiro Mas só um golito de canha Pra encorajar o campeiro Que rigoreia pachola No velho ofício posteiro